terça-feira, 20 de março de 2012

POESIA E REVOLUÇÃO: Escolhas e Acasos

POESIA E REVOLUÇÃO: Escolhas e Acasos:    Eu comecei a adolescência querendo ser artista. Participei de uma banda de rock com o meu irmão e meus amigos da rua, comprei meu violão ...


Escolhas e Acasos


Por:
      Rafael Rossi
   Eu comecei a adolescência querendo ser artista. Participei de uma banda de rock com o meu irmão e meus amigos da rua, comprei meu violão com dinheiro de lanche, fiz cursos gratuitos de Canto e Teatro no CEI de Quintino e tocamos por aí na rua, na escola do meu irmão, na minha escola e numa casa de shows underground. A banda acabou, mas ficou a escrita. Depois de anos, resolvi começar a publicar. Depois de uma depressão, resolvi me assumir escritor. A banda Estado Independente acabou, mas eu publiquei meus livros no site Clube de Autores e e-books no site Recanto das Letras, montei meus blogs, um blog e uma comunidade com o nome do meu primeiro livro no Clube de Autores - Poesia e Revolução, título que sintetiza a minha vida ou a minha juventude.
   Eu resolvi fazer História porque queria fazer Revolução. Fui influenciado pela minha experiência no movimento estudantil secundarista. Pensei em fazer Jornalismo porque gostava de escrever e Direito, porque queria fazer Direito Trabalhista, para defender os direitos dos trabalhadores. Não passei no primeiro vestibular. Passei no ano seguinte para Filosofia e História. Filosofia eu aprendi sozinho, lendo Maquiavel, Montaigne, Marx, Nietzsche, Platão, Aristóteles, Rousseau, Sartre, Spinoza, Sêneca. Resolvi fazer História para entender a realidade e poder agir sobre ela e escolhi a UFF por ter um movimento estudantil mais dinâmico. Participei do movimento estudantil universitário. Entrei para o PSTU, quando, depois de 6 meses de governo, Lula encaminhou a reforma da previdência e disse que o Brasil poderia aderir à ALCA, dependeria de como. Fui pra oposição de esquerda. Participei de uma greve estudantil e outras lutas. Fui para o movimento sindical. Minha primeira greve na vida foi enquanto estudante e foi uma greve de profissionais de educação, comandada pelo SEPE. Trabalhei no SEPE-RJ dois anos, na recepção. Passei para professor do município do Rio. Deixei de ser funcionário do sindicato e virei professor. Fui eleito diretor do SEPE. Participei de lutas, atos, paralisações e da greve da rede estadual. Fui preso no ato contra Obama no Rio. O desgaste político e o cansaço me fizeram sair do partido. Continuo o meu mandato sindical até o seu término este ano.
   Fui fazer História para fazer Revolução. Fui fazer História porque queria fazer história. Tinha consciência de que seria professor. Queria ser professor do ensino básico e militar no SEPE. Fui dar aulas. A rotina é massacrante. Resolvi buscar me qualificar para ser, no futuro, professor universitário. Consegui me encontrar como professor. Hoje, amo meus alunos e consigo levar. Não fiz História para ser historiador, me descobri historiador depois. Fiz mestrado na UFF. Tive sorte. Ciro Flamarion Cardoso foi meu professor no primeiro semestre da graduação e pude tê-lo como orientador. Aprendi a pesquisar efetivamente. Aprendi os métodos de pesquisa e aliei aos conhecimentos teóricos que tinha das minhas leituras, da universidade, dos cursos de formação do partido e do que adquiri com a própria pesquisa. Pretendo fazer o doutorado. Hoje, eu já me vejo como historiador. Eu me tornei especialista em História Antiga, em Roma. Apesar de não gostar da palavra especialista. Pelo que eu li de Psicologia, a definição pra mim é de indivíduo criativo, eu acho. Então, as contradições são inevitáveis. A diversidade é inevitável, talvez desejável. Professor e pesquisador em História. E escritor de textos diversos, poeta, cronista e contista. Encontrei no ano passado um espaço bacana para divulgar e apreciar música e poesia - o Corujão da Poesia. Dezembro passado foi de saraus nas noites de Ipanema. Fui com minha esposa, que namoro há 12 anos. Nós nos conhecemos no grêmio da escola - o Grêmio Estudantil Revolução República. Estivemos juntos no DCE-UFF e no PSTU. Na UFF, eu era da direção do CA de História e ela do DA de Pedagogia. Ela já participava de grupos de pesquisa e eu só militava e estudava o que queria. Consegui passar com boas notas mesmo assim. Terminei a faculdade, passamos para a Prefeitura do Rio e casamos. Já morávamos juntos e a lua-de-mel foi em Buenos Aires. Aproveitando a vida!
   Nós temos planos, mas não controlamos o futuro. Eu vou aprofundar minha formação acadêmica e de especialista, enquanto termino de expor o que já fiz e tenho feito. Em breve, vou publicar meus contos de terror. Os pesadelos que tive todas as noites na minha infância e as várias horas vendo filmes de terror tinham que servir para alguma coisa. E ensaios políticos e filosóficos para lançar novas ideias no ar. Depois disso, não sei mais. Talvez não importe. A vida sempre surpreende. Ela é sempre um misto de escolhas e acasos.

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