Carlos MarighellaNeste 5 de dezembro, comemorou -se o centenário do nascimento de Carlos Marighella. Nasceu em Salvador, Bahia, em 1911. Dedicou toda sua vida à causa revolucionária. Morreu em 4 de novembro de 1969, às oito horas da noite, em frente ao número 800 da alameda Casa Branca, em São Paulo, executado por agentes da ditadura. Herói do povo brasileiro, seu exemplo permanece vivo na memória e na ação dos lutadores sociais.
Nós o reverenciamos com dois poemas do indomável Bertold Brecht (1898- 1956). O primeiro, Elogio do Revolucionário, parece escrito para ele. O segundo, Elogio da Dialética, parece inspirar-se no exemplo dele. O certo é que Marighella apreciava a poesia de Brecht. E Brecht, com certeza, apreciava revolucionários da têmpera de Marighella.
Elogio do Revolucionário
Bertold Brecht
Quando aumenta a repressão, muitos desanimam.
Mas a coragem dele aumenta.
Organiza sua luta pelo salário, pelo pão
e pela conquista do poder.
Interroga a propriedade:
De onde vens?
Pergunta a cada idéia:
Serves a quem?
Ali onde todos calam, ele fala
E onde reina a opressão e se acusa o destino,
ele cita os nomes.
À mesa onde ele se senta
se senta a insatisfação.
Mal sabe a comida e a sala se torna estreita.
Aonde ele vai há revolta
e de onde o expulsam
persiste a agitação.
Elogio da Dialética
Bertold Brecht
A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante.
Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar.
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais"
http://www.socialismo.org.br/portal/historia/149-artigo/2336-elogio-do-revolucionario |
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