Uma proposta anterior foi rejeitada em outubro e a nova quer que os sistemas de ensino tenham opção de admitir modalidade
Os entusiastas da educação domiciliar  - aquela em que os pais são os responsáveis pela formação escolar dos  filhos em casa - terão mais uma chance de tornar a modalidade legal.   Entrou em análise na Câmara dos Deputados este mês um projeto que prevê a  possibilidade de a educação básica ser feita em casa, desde que com  supervisão e avaliação periódicas. No ano passado, outra proposta havia  sido rejeitada. 
    Foto: Arquivo pessoal Ampliar   
Lucas e Julia não vão à escola há três anos e têm os pais como professores em casa
 O Projeto de Lei 3179/12, do deputado Lincoln Portela (PR-MG), inclui  dispositivo na Lei de Diretrizes e Bases da Educação facultando aos  sistemas de ensino admitir a educação básica domiciliar, sob a  responsabilidade dos pais ou responsáveis pelos estudantes desde que  monitorem o resultado. 
A Constituição Federal estabelece a educação como um dever do Estado e  da família e determina também a obrigatoriedade da educação básica dos  quatro aos 17 anos de idade.  Para o autor, isso não impede que seja  feita em casa. “Não há impedimento para que a formação, se assegurada a  sua qualidade e o devido acompanhamento pelo Poder Público certificador,  seja oferecida no ambiente domiciliar, caso esta seja a opção da  família do estudante”, disse.
Na prática, já há casos
Atualmente, mesmo sem base legal, há várias famílias que fazem esta opção.  De acordo com a Associação Nacional de Ensino Domiciliar (Aned) são  cerca de 400. Em geral, elas travam batalhas judiciais ao serem  questionadas por conselhos tutelares. Há casos vencedores, como o do  professor paranaense Luiz Carlos Faria da Silva, que conseguiu a  permissão, e do designer Cleber Nunes, que perdeu todos os processos -  mesmo assim foi até o fim e concluiu a formação dos filhos adolescentes.
O deputado Portela argumenta que garantir na legislação ordinária  essa alternativa é reconhecer o direito de opção das famílias com  relação ao exercício da responsabilidade educacional para com os filhos.  “Não podemos descuidar do imperativo em dar acesso, a cada criança e  jovem à formação educacional indispensável para sua vida e para a  cidadania”, afirma o autor do projeto. Existe um número crescente de  famílias no Brasil e no exterior que tem optado por educar suas crianças  em casa, com ou sem a ajuda de professores particulares.
O projeto  ainda será distribuído às comissõres antes de ser analisado.

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